O início o fim e o meio- 20 anos sem Raul

Boa noite, não querendo ser tão melancólico mas com grande dor que venho contar um pouco da história de Raul Seixas, durante a semana farei posts em homenagem e esse grande maluco que influenciou varias gerações em nosso país.
Ele que nasceu a Dez mil anos, foi o carpinteiro do Universo teve o beijo da morte e se foi,
se foi e nem sabe qual era aquele mês, aquele mês era Agosto, 21 de Agosto de 1989 Raul Seixas se despedia desse mundo para iniciar sua viagem astral.
Todas as homenagens à esse grande ídolo serão poucas, por isso a todo momento surgem novas homenagens como "O baú do Raul" onde vários nomes da musica brasileira cantam suas obras.
Essa semana buscarei fazer o melhor de todos os posts possíveis pois pra falar de Raul não tem como usar poucas palavras.
E pra iniciar essa semana de homenagens fica uma musica que trás toda irreverência de Raul ao compor, ele falava sobre tudo e sobre todos sem temer, a razão de muitos de seus hinos serem censurados nos anos 70, volto amanhã com minha singela homenagem ao grande Raulzito!



Quando Eu Morri
Composição: Raul Seixas e Marcelo Nova
Quando eu morri em Dezembro
De mil novecentos e setenta e dois
Esperava ressuscitar e juntar os pedaços
Da minha cabeça
Um tempo depois um psiquiatra disse
Que eu forçasse a barra
E me esforçasse pra voltar à vida
E eu parei de tomar ácido lisérgico
E fiquei quieto lambendo minha própria ferida
Sem saber se era crime ou castigo
E se havia outro cordão no meu umbigo
Pra de novo arrebentar
Pois eu fui puxado à ferro
Arrancado do útero materno
E apanhei pra poder chorar
Quando eu morri suando frio
Vi Jimmy Hendrix tocando nuvens distorcidas
Eu nem consegui falar
E depois por um momento
O céu virou fragmento do inferno
Em que eu tive que entrar
Eu sentia tanto medo, só queria dormir cedo
Pra noite passar depressa
E não poder me agarrar
Noites de garras de aço
Me cortavam em mil pedaços
E no outro dia eu tinha que me remendar
E se a vida pede a morte
Talvez seja muita sorte eu ainda estar aqui
E a cada beijo do desejo
Eu me entorpeço e me esqueço
De tudo que eu ainda não entendi

Raul Santos Seixas (Salvador, 28 de Junho de 1945 — São Paulo, 21 de Agosto de 1989)